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“As pessoas simplesmente riram de mim”, disse Shechtman.
Daniel Schehtman, de 70 anos, é um cientista israelense que foi ridicularizado por anos e até perdeu o emprego por dizer que havia descoberto uma classe nova de materiais sólidos.

O pesquisador descobriu uma liga metálica em um microscópio eletrônico quando notou um padrão desconhecido no nível molecular. Tratava-se de quase-cristais, um material antiaderente, resistente ao calor e que não enferruja, que atualmente usamos em  produtos como frigideiras até a monitores com telas de cristal líquido.
Antes do achado, os cientistas afirmavam que a matéria sólida se apresentava somente em dois estados: cristalino - como os diamantes, no qual os átomos são arranjados em fileiras rígidas - e amorfo - como os metais, com os átomos sem uma ordem específica.

“Sua descoberta foi extremamente controversa”, afirmou o Comitê da Real Academia Sueca de Ciências, que ontem lhe deu o prêmio de R$ 2,68 milhões. Para os cientistas, em toda matéria sólida os átomos estavam 'embalados' dentro de cristais em padrões simétricos que se repetiam periodicamente. Mas o pesquisador viu padrões que não se repetiam.

Nas últimas décadas, poucos cientistas tiveram de enfrentar uma incredulidade tão forte quanto o israelense. “Ele lidou com o ceticismo de uma maneira muito científica e cavalheiresca e respondeu a seus críticos como um cientista deve fazê-lo: por meio da ciência”, disse Ron Lifshitz.

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